sábado, 17 de julho de 2010

ESPANTO


São poucas as verdades verdadeiras
Que não sejam verdades passageiras;
Até que outra, se apresente e nos convença
A mudar nossa certeza e nossa crença.

Num imenso prato azul e tenebroso,
Somos tragados por um ser devorador!
Nessas viagens intermináveis de incertezas,
Sopram constantes rajadas de pavor...

Na escuridão do céu, não cintilantes,
Passeiam as luzes amarelas de torpor.
Elas são muito diferentes das estrelas!
Por que será que elas não brilham com fulgor?

Que o homem é sempre criatura curiosa
Buscando provas, testando teses, inovador.
Mas haverá, eternamente, um breve espaço
Onde persistem seus contrastes evidentes.
Preocupado segue ele no embaraço,




Em semelhanças que se mostram diferentes.

Os gritos roncam, as garras rasgam, face horrorosa!
Nos apavora, a pele fria e pegajosa.
Os anjos cantam uma canção melodiosa:
Falam de histórias, de dilemas e de reversos.

No limiar, entre o em cima e o embaixo,
Vamos tentando contar a vida em breves versos.
Vamos fervendo nosso corpo em raso tacho.
Todos estamos exatamente, nesse ponto:
Cruz no pescoço, espada na mão, olhar de espanto.
O bem e o mal:
De um lado, um diabo!
Do outro, um santo...

RRS

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