quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ilusões de tempo



E então, o homem desconfiado perguntou ao tempo:
 " Por que você existe? "

E o tempo respondeu:

"Quem criou o tempo foi o homem!
Por causa da sua limitada percepção do todo.
O tempo  humano é parcial! Partido em tempos. 
Os animais não conhecem o tempo!
As flores não conhecem o tempo!
Os vermes não conhecem o tempo!

Eles apenas vivem o "presente".

O passado serve ao aperfeiçoamento,
Mas não de guarda de mágoa ou de ressentimento.

Eles não fazem planos para o futuro!
Vivem na claridade do momento.
Não se preocupam com acontecimentos;
De algo mais distante, desconhecido ou obscuro.

Não fazem perguntas, nem querem respostas.
Apenas vivem a graça do viver.
Não têm ideia do que seja merecer,
Apenas vivem o que lhes for oferecido. 
Não carregam nenhum mundo em suas costas,
Não comentam sofrimentos já sofridos.
E nem discutem o que poderia ter sido.

Sabedoria universal oculta, aqui-e-agora,
Não se sentem vítimas,
E nem fazem cobranças. 
"Dialogam" sem insinuações,
Sem ironias, sem maledicências.

Óh tempo! Óh breve tempo!

Na infinitude das galáxias mais distantes,
Anos-luz, ou quem sabe, outra medida, 
 Vocês humanos, nessa navezinha;
Nesse espaço vasto e desconhecido;
Desejam conhecer quem seja Deus!
E até mesmo ler seus pensamentos!...

E mesmo que sobre alguma sobra
Desse curto e efemeríssímo tempo, 
Vão insistir em proteger seus egoísmos;
Cada tristeza, cada descontentamento.

E repetindo decepções sofridas.
Farão disso o motivo de suas vidas!
A cada dia, sempre a mesma história.
A cada hora, o mesmo lamento.  

Óh tempo! Óh breve tempo!"...

(RRS, 22 set. 2016).

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Rumos e poeiras




Quem sabe? Eu-você, não mais nós dois;
Falemos do passado, e depois;
Possamos compreender o amanhã?

O que passou, ficou! Não volta mais!

Momentos de alegrias e de paz,
São hoje apenas simples recordações...

Tropeços! Seguimos dois caminhos diferentes.
Você correu bem mais na minha frente;
Não estava muito a fim de me esperar.

Lamento! Nós combinamos andar sempre juntos,
Mas seu passo foi muito mais distante.

Não te enxerguei com a vista embaçada.
Eu te perdi na estrada empoeirada... 

(RRS, 21 ago. 2016)