domingo, 12 de junho de 2011

A rosa pudica


E então, estavam juntas algumas rosas, todas entreabertas...
Mas uma delas estava fechada, escondida entre as pétalas,

Tímida, recatada...

E as outras perguntaram: por que estás assim?

Ela disse: estou me sentindo sozinha!
As outras: Como? Estamos todas juntas nesta braçada!
Entre orquídeas e outras flores, todas lindas!

Sei, mas não por muito tempo, exclamou...
Logo vamos nos separar, e cada uma seguirá seu rumo...
Para onde iremos? Será que alguém vai gostar de mim?

A rosa mais bonita falou:
Não sei se por ser mais linda e mais vistosa, farei alguém feliz...
Mas o que importa é que estamos cumprindo a nossa missão.
Aonde quer que estejamos, alguém vai se emocionar!

E nesse momento, vamos estar lá,
Alegres ou tristes.

Mas com certeza, vamos deixar nosso perfume de amor,
E quem sabe as pessoas se sintam mais calmas e acolhidas?...

É esse o nosso papel.
Abra-se! Não se preocupe com o que virá!

Jamais deixe de alentar alguém ou de encantá-las!
A beleza desse ato não está em nós,

Está no que as pessoas vão sentir com a nossa presença...

RRS, 12 jun 2011



























































































































































































domingo, 5 de junho de 2011

Mata




Mata:

Estão querendo matar a mata!


Eliminar uma história evolutiva,


De plantas, de bichos, de genes...



Corta!

Que a mata atrapalha o Grão!

Na sede da imensidão...



Grita!

Que a margem do rio tomba,


Que o olho do topo morre,


Que a encosta inclinada, desce...



Chora!

Que tem gente que ainda zomba!


Que o verde nativo entrava,


Que tudo de fora, cresce...


Pensa!

Nas lembranças do passado,


Da pele vermelha ornada,


Das penas, tintas e cores...


Foge!

Que o bicho corre assustado,


Sem abrigo, esfomeado,


Borboletas sem flores...



Finge!

Que verde é uma coisa só,


Que tudo é só uma coisa,


Que não há diversidade...



Lucra!

Que o momento é agora!


O último, que feche a porta,

Diga adeus,

E vá embora...

RRS, 5 jun 2011