quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Brotos podados.

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Eram sementinhas meio tristes.
Volta e meia, recebiam água.
Mas de nutrientes, eram meio carentes.

Centelhas vivas desejando o mundo!
Que futuro esperam brotos desnutridos?
Quem sabe alguma alma boa os alimentem?!
Mas isso será por quanto tempo?!
Esse tempo bom-cruel, indiferente! 
Ora oferece! Ora tira!
Ora se apresenta! Ora se retira!
Ora é inclusivo, ora é excludente...

Será isso o que chamam de merecimento?
Será que o Deus, o criador e "pai de todos";
É na verdade, o pai somente de alguns?

E mesmo entre as dúvidas que testam os discrentes,
As mudas crescem frágeis, podadas antes da hora.

As raízes? meio emaranhadas!
Os galhos? meio desalinhados!
As folhas? verde-amareladas!

Com a esperança de um futuro incerto;
Entre outros brotos desejando espaço.
 É como alguém, numa multidão, sozinho,
Aguardando algum gesto de carinho,
Uma atenção! Um caloroso abraço.

(RRS, 22 nov., 2017). 










quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Despertar


Quando Deus nos sacode, está dizendo:
Acorda! Sai da escuridão!

Quando Deus nos ameaça, Ele deseja: 
Desperta! Olha o seu entorno!

Sempre que Deus nos revela, Ele ensina:
Aprende! Olha você no outro!

Quando Deus nos quer uníssono, Ele brande:
Reflete! Vibra com o mundo!

Quando nós somos omissos, meio cegos,
Somos meio responsáveis, negligentes.

Quando nós não aprendemos, nós sofremos...

Se nós não harmonizamos, separamos...

Que eu veja em cada tombo um caminho.
Com meu esforço eu possa levantar sozinho. 
Com meus próprios pés vislumbre outras estradas.
Que eu não fique por aí, só reclamando.
Dando voltas e mais voltas, sem crescer.

Que eu não viva minha vida inutilmente.

Que eu não morra ignorante e sem saber,

Que a própria vida é um eterno renascer...

(RRS, 21 jul., 2013)

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A egrégora



Quantas lembranças estarão no meu passado?
Nos meus micro-cérebros celulares;
nessa densa energia universal? 

Por quantas faces já passei mudando
e viajando no tempo transcendental?

E quantas cenas ensaiei nos palcos,
do meu destino e minha própria sorte?

Mas hoje, estou aqui, sedimentado;
tentando ser feliz, temendo a morte.

Posso ter sido livre ou libertado!
Quem sabe entre ferragens e correntes?

Quem saberá? Quem sabe? Eu não sei...

Só incertezas, desconfianças, dúvidas...
Buscando um passado que não volta.
Acreditando num futuro que não veio.
Buscando uma ternura em algum seio.

Nessa linha de estradas, tão distante,
coleciono histórias apagadas.

Meus ancestrais: o que diriam nessa hora?
Acredite! Resista! Siga em frente!

Na verdade, somos uma só família! 
Somos parte de uma fila interminável.
Numa egrégora invisível mundo afora...

(RRS, 2 nov., 2017)





quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Ser nada!



A vida é apenas um momento!
Um cintilar; efêmero lampejo;
De um sorrir, de um chorar, de um desejo.

Depois, é um intervalo; algo provável...

Como a água que ferve na chaleira. a gota pula!
E ela é gota só nesse momento!
Pouco depois, volta a ser água novamente.
Como se fosse uma eterna brincadeira...

Você então, é um não é!
Você sobe e desce;
Você levanta e cai;
Você entra e sai.
E até pensa que é mesmo alguma coisa!
Até, que se percebe que não é...
Que até seu nome não é mais José: é Zé ! Apenas Zé...
Isso, se não botarem apelido! 
Quase sempre desclassificado, pejorativo e depreciado.  

Mas, veja bem! Tem um outro lado,
Não sendo nada, despreocupado.
Não será patrão e nem empregado.
Porque ser alguém, vai custar trabalho...

Eu sei que é chato, se sentir sozinho,
Como uma carta fora do baralho.
Unha quebrada e dente doendo, 
Sapato gasto e meia furada.

Mas, pense bem sobre essa maravilha!
Vida pendente, descompromissada.
Poder ser tudo que você quiser!
Não ter um nome e nem ter um número,
Nem endereço numa longa estrada.

Eu sou não sou!
Sou o que sou!
Querem saber?

Eu não sou nada...

(RRS, 25 out, 2017.)



  

domingo, 3 de setembro de 2017

Lamentos e sentimentos.


Ansiedade!
Um mundo em transformação, ainda não transformado.

Agonia!
Perceber  a extinção em massa, dia-a-dia.
De cada bicho, de cada planta: quem mais seria?

Tristeza!
Pela beleza efêmera, sem futuro: a planta frágil na fresta da estrada, aguardando a roda descompromissada.

Lamento!
De ver tudo de muito tempo, num só momento, num quase nada.

Esperança!
Que o homem volte a ser criança!

Que a mazela cultural demente queime gritando num caldeirão ardente. 

Que sua lava impura, incandescente, desapareça num buraco interminável.

Para salvar nossa alma arrependida, que num reflexo lúcido da vida, gostaria de voltar ao seu passado.

Quem sabe, só ter sonhos de infância,
Num castelo, sem nada mal assombrado ?

Só alegrias, risos e choros bobos; 
Num colo aconchegante, quentinho e confiável.

Com um coração puro, sempre leve e saudável... 

(RRS, 2.set.2017).

sábado, 12 de agosto de 2017

Entre o medo e o amor

Colaborador Roberto Rocha


Existe uma túnel entre o medo e o amor.

Existe um elo entre ser feliz e a dor.

Existe um ponto frágil no meio de tudo.

Existe uma voz que pode nos tornar mudo.

Existe um sentimento belo e puro 

que vive separado por um muro:

Que nós mesmos construímos;

Que nós mesmos permitimos,

Sempre que nós mesmos nem somos.

Sempre que nós nem sempre somos nós mesmos...

(RRS, 12 ago. 2017)




sexta-feira, 16 de junho de 2017

UNO



Se aos teus pés me coloquei um dia
É porque ainda não reconhecia
Você dentro de mim, eu em você...

Por muito tempo eu te procurei fora.
Te esperando numa determinada hora,

E você em mim, ali também...

Só bem mais tarde reconheci meu erro,
De querer te encontrar onde não estás.

Olhei pra mim, em frente do espelho,
Me debrucei sobre os meus joelhos,
E você se ajoelhou também...

Só então me percebi sagrado.
Parte de Ti, eu mesmo em mim.

Por que será que também outras pessoas
Não te conseguem ver como eu te vejo, assim...
Na oração, é só rezar pra dentro!
Estás tão perto! É só falar baixinho!

E os milagres vão se repetindo, 

E você olha pra mim, sorrindo,

Eu, filho Teu, tão pequenininho...

(RRS, maio 2017)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Eu, quântico.



Quisera eu, beijar o Sol ardente,
E nele, me queimar com seu calor.

Me misturar com seus gases explosivos;
Me explodir para o universo infinito;
Me cintilar em mil riscados festivos;
Não escutar nem mesmo o meu próprio grito.

Quisera eu, qual um noivo apaixonado,
Me enredar no teu presente, enlouquecido.
Me confundir com o teu corpo; e confundido,
Não encontrar mais em mim, minha unidade.

Sou universo, brincando de saltos quânticos,
Me divertindo em momentos de alegria,
Energizado com meus átomos românticos,
Eu faço mágicas com arte e bruxaria.

Ouço a mim mesmo, mas não ouço o meu ego.
Me aprisiona, me tolhe, ele me cerceia!
Não me deixa ser eu mesmo, eu comigo!
Quer meu controle, meu destino e meu futuro...
Quer incerteza, insegurança, indecisão.

Mas meu lugar é aqui mesmo, sem tristeza.
No meu espaço, onde estou sempre seguro.
Com muita luz a me orientar no escuro.
Cheio de cores, resplendores e beleza.

(RRS, 17 fev. 2017).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

PALHAÇO DO MUNDO

PALHAÇO DO MUNDO

Eu, palhaço do mundo,

Vivo, nos meus momentos mais profundos, as dores e as alegrias, por aí...

Eu, nos meus momentos mais sozinhos, vejo pessoas unidas, solidárias e presentes.

Eu, nos meus sonhos perturbados, vejo a multidão perdida, desunida, descuidada.

Em andanças sem destino, encontro gente chorando, encontro gente sorrindo.

Meu rosto, cheio de estradas, pode dizer muita coisa, pode não dizer nada.

Ora, abre os lábios num sorriso;  

Ora, franze a testa numa dor.

Ora, se ilumina de brilho; 

Ora se emudece na cor.

Sou um palhaço do mundo !

Eu me sinto além de mim!

Alguns acham que sou triste, vivendo melancolias.

Alguns me acham um tolo, um ingênuo, um inocente!

Eu sei que mudo de máscaras, mas elas têm um sentido:

Falam de outras máscaras e seus modos de viver.

Sou um palhaço do mundo, não vim aqui pra sofrer.

Vim aqui prá traduzir, copiar e expandir,

Seja um pequeno detalhe, seja um detalhe profundo.

Essa é a minha missão:

Sou um palhaço do mundo!

(RRS, 16 jan. 2017).


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Quem são seus verdadeiros amigos?


Se você tem tantos amigos quanto os fios de seus cabelos, parabéns!
Se você tem tantos amigos quanto tem dedos nas mãos e nos pés, parabéns!
Se só tem amigos quanto os dedos das mãos, 
Parabéns!
Se só tem amigos quanto as suas orelhas,
Parabéns!
Se só tem um amigo,
Parabéns!
Se, ao final de tudo, não sobrar mais ninguém,
Conte com você mesmo: 
O melhor e o maior amigo que poderá existir em toda a sua vida...

Se não gosta muito dele, aprenda a gostar!
Ele estará com você sempre!
Dormindo ou acordado,
Triste ou alegre.
As vezes ele vai te deixar confuso...
Vai te contestar!
Pedir explicações para fatos e coisas!
Do passado, do presente e do futuro...
Tenha paciência com este amigo!
Ele quer o seu bem como ninguém!
Não encontrará ninguém como ele!

Valorize-o na sua devida intenção,
Mas mantenha sua individualidade se ele desejar controlá-lo.
Lembre-se: ele é seu amigo mas não é você!
Você é você! Ele é ele!
São duas entidades íntimas, muito íntimas mesmo.

E nesse jogo de convivência,
Descobrirá que, com o devido cuidado e atenção,
Você será a pessoa mais feliz do mundo,
Com o amigo mais conveniente do mundo.
Todos os dias, eternamente.

(RRS, 12, jan, 2017)