domingo, 21 de janeiro de 2018

A humana idade.


A humana idade não é a idade do homem.
A humana idade depende de reflexão.
O breve tempo da observação.
A prática do bom senso.

Não se atinge antes do quarenta.
Tampouco depois dos oitenta.
Não depende de bravatas nem de valentias.
Mas sim, depois de um relampejar da consciência.

A humana idade se alcança depois de se entender um por-de-sol.
A fragilidade de uma filhote de passarinho.
Um mendigo abandonado.
Uma asa quebrada.
Um primeiro e um último suspiro.

A humana idade se atinge,
Quando percebemos.
Quando sincronizamos.
Quando introvertemos.

E o milagre acontece! E assim, nos contagia.
Passamos a ver o mundo um tanto diferente.
E embora ele não mude, ele é que muda a gente.
Por isso somos melhores na senda da eternidade.
 Humana felicidade.
Humana idade.
Humanidade.

E a mulher disse: estou parindo!
E a criança disse: estou crescendo!
E o jovem disse: estou correndo!
E o marido disse: estou vencendo!
E o velho disse: estou morrendo!

"Vivemos sempre tentando fazer ou explicar alguma coisa para o mundo. 
E nessa ansiedade, muitas vezes, esquecemos de nos falar, para dentro".  



quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

SER NÃO SER.


Que sejamos nós um breve tempo.
Sem certeza do que foi ou o que será.
Somos eternos viajantes, das nossas ilusões passantes;
Que se passam por nossos sentimentos,
Mas que não existem como achamos ser.

Somos apenas momentos quânticos;
Que vão se repetindo como numa festa.
Os sons e os brilhos são todos aparentes.
Em nossas cabeças são apena ilusórios.
E, nessas viagens de rodopios circulantes,
Damos as mãos com gentes e mais gentes.
Em nosso turbilhões de enlaces provisórios. 

Tudo é muito importante! 
Até que nada é importante!
Porque o importante do importante, 
É justamente não ser tão importante!

Que nos pareça ser o que é, quando nada nos parece ser.
E quando nós percebemos ser, 
Já não será mais o que seria.

Então, que tudo seja tudo.
Mas que não seja singular o fato.
Porque na vida tudo é apenas ato.
Que as coisas passam muito de repente
E nós? Só somos, momentaneamente...