quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Ser nada!



A vida é apenas um momento!
Um cintilar; efêmero lampejo;
De um sorrir, de um chorar, de um desejo.

Depois, é um intervalo; algo provável...

Como a água que ferve na chaleira. a gota pula!
E ela é gota só nesse momento!
Pouco depois, volta a ser água novamente.
Como se fosse uma eterna brincadeira...

Você então, é um não é!
Você sobe e desce;
Você levanta e cai;
Você entra e sai.
E até pensa que é mesmo alguma coisa!
Até, que se percebe que não é...
Que até seu nome não é mais José: é Zé ! Apenas Zé...
Isso, se não botarem apelido! 
Quase sempre desclassificado, pejorativo e depreciado.  

Mas, veja bem! Tem um outro lado,
Não sendo nada, despreocupado.
Não será patrão e nem empregado.
Porque ser alguém, vai custar trabalho...

Eu sei que é chato, se sentir sozinho,
Como uma carta fora do baralho.
Unha quebrada e dente doendo, 
Sapato gasto e meia furada.

Mas, pense bem sobre essa maravilha!
Vida pendente, descompromissada.
Poder ser tudo que você quiser!
Não ter um nome e nem ter um número,
Nem endereço numa longa estrada.

Eu sou não sou!
Sou o que sou!
Querem saber?

Eu não sou nada...

(RRS, 25 out, 2017.)