Num dia de muitos embrulhos, o laço perguntou para o nó:
como vai você amigo nó?
Ao que o nó respondeu: estou firme como sempre!
E você, como vai?
Vou mais ou menos, respondeu!
Como assim, mais ou menos?
É que eu sou um laço!
Não posso viver apertado demais. Esse é o meu destino...
Se estiver muito firme, deixo de ajudar as pessoas.
Quando alguém faz um laço é porque não deseja apertá-lo:
é uma questão objetiva
Ora! Retornou o nó: quem vai desejar algo frouxo?
O laço respondeu: depende de cada caso; já imaginou um presente todo amarrado e todo reforçado?
A ansiedade de saber o que um pacote contém não quer empecilhos pelo caminho. Muitos nós só adiariam o grande momento!
Os laços não impedem o acesso ao presente, mas também não deixam de resguardá-lo e mantê-lo seguro.
É mais delicado! É mais gracioso! É mais simples!
Ora, ora. ora !
Mas ninguém quer um embrulho mal feito, disse o nó.
O laço continuou: mas eu não disse que o presente estava mal embrulhado!
É que o momento pede algo não tão rigoroso e radical.
É isso: uma questão de conveniência!
Se eu apertar muito, não serei mas um laço, eu serei um nó!
Eu preciso cumprir o meu papel aqui e agora: ser apenas um laço.
Não estou aqui para me gabar do quanto sou firme ou forte.
Sou apenas um pequeno detalhe na vida de duas pessoas:
a que presenteou e a que recebe o presente.
Minha felicidade maior está em permitir e facilitar este momento mágico da doação, do carinho e do amor.
É assim que eu sou feliz!
Pode ser que um dia alguém me transforme num nó.
Se assim tiver que ser, eu terei uma outra missão, e não serei mais um laço.
Quem sabe eu até me acostume com a idéia e com o meu novo objetivo?
Por enquanto, desejo apenas ser um laço, envolvendo presentes; sendo feliz nesses breves momentos de alegria e de satisfação.
Não me entenda mal, amigo nó! Ambos somos importantes, mas cada um deve entender o seu papel nesse contexto.
Siga apertando e eu sigo afrouxando.
Você, para garantir que alguma coisa não se abra facilmente;
e eu, facilitando o acesso ao que quer que seja.
e eu, facilitando o acesso ao que quer que seja.
É por isso que sou diferente no que faço:
você é um nó, e eu sou um laço...
(RRS, jan. 2013)
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