domingo, 17 de outubro de 2010

CANTARINHOS


Eu, prá minha distração, sozinho;
Passo um bom tempo vendo um passarinho,
Que como eu, gosta de cantar.

Eu, aqui tranquilo em meu cantinho,
Às vezes, também canto um pouquinho:
Porque cantar, é algo divino, é sagrado!

Eu e o passarinho, nós cantamos!

Ele pousa bem pertinho da janela.
E começa a cantoria apressado:
Eu cheguei! Eu cheguei!
Venha cantar um pouco aqui comigo!
Eu vim cantar para voce, amigo,
Que sempre me ouve, pacientemente.

Me desculpe se não te visito mais!
É que tenho muitos afazeres,
Muitas coisas que tenho que cuidar!
Meu tempo anda meio curto,
Mas sempre arranjo algum jeito,
Para vir até aqui cantar.

Se as vezes não apareço,
Não é que não lhe tenha apreço,

É a vida! É a vida...


Mas eu prometo: vou voltar!
E quero também que cante,
Alguma coisa pra eu guardar.

E assim, nós estaremos sempre juntos!

Mesmo voce sentado aí e eu no ar,
Nos lembraremos, eternamente, um do outro.

E mesmo que estejamos tão distantes,
Eu vou guardar todos os cantos com carinho.

E se a saudade, em certa hora apertar,
Vamos lembrar desses nossos cantarinhos,
E jamais nos sentiremos tão sozinhos...

RRS, 17 out. 2010




















sexta-feira, 8 de outubro de 2010

VIVER PARA

Quer ser visitado? Visite!
Quer ser amado? Ame!
Só o que fizeres para alguém, te farão também.

Quer ser odiado? Odeie!
Quer ter inimigos? Cultiva-os!
Eles te atormentarão, suficientemente...

Queres liberdade? Solta!.
Queres paz? Perdoa!

Só o amor te libertará de tudo;
Até da morte...

Porque voltarás outra vez;
E tudo o que era, será.
Não haverá lugar para fugir;
Não haverá nenhum canto pra ficar.

Reflete enquanto podes!
Sufoca teu orgulho e indiferença.
Lança os teus braços no escuro,
E abraça o que te causa desavença

E o mundo será melhor dessa maneira.

Depois de cultivarmos uma vida inteira,
Nos resta semear, outra vez, e outra vez.

Não há terra ruim, se tu trabalhas;
Embora leve tempo, e o tempo passe.
Mas um dia, a luz nos surge, e a planta cresce.
Sob milhares de cores radiantes.
E tudo brilha, e ninguém mais esquece.
E aprendemos de repente nessa luz,
Que vivemos para os nossos semelhantes...

RRS, 31 dez 2008

SINGELA FREQUÊNCIA



Sou mera ilusão corpórea,

De um breve momento cósmico.

Energia bruta cintilante,
Buscando um equilíbrio não constante,
Numa infinita vibração etérea.


Respiro, mas não respiro ...
Eu como, mas não como ...

Tudo apenas muda de aparência.

E assim, enganado e convencido,
Sigo eu, uma singela frequência ...

RRS, 15 nov. 2009

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O PÁSSARO DE CABEÇA VIRADA

Que estranha criatura esta, o pássaro estilizado!
Ora canta, ora olha em volta, meio espantado,
Procurando um tom de cor mais adequado,
Que não seja computadorizado.

Para onde foi a floresta pluvial,
Cheia de chuvas, umidades, ombrófila?
As que vêm do oceano, vaporizadas,
Derramadas nas montanhas, orográfica?

Onde pousar sem galhos e sem pernas
Para um descanso ou para construir um ninho?

Terei que ficar cantando só, sozinho,
Na esperança do verde, que eu ví um dia,
Nos meus sonhos pequeninos de um pequeno passarinho?

Ó São Francisco, me proteja!
Uma vez entrei sem querer na sua igreja,
E vendo voce lá, tanta ternura,
Cantarolei baixinho, com doçura,
E suspirei todo emocionado!

Que criatura santa, a cuidar das aves e outros animais!

Vou rezar para voce todos os dias,
Um padre-nosso e dez ave-marias,
Para fazer voltar as folhas e as flores.

Para que a mata se encha outra vez de cores,
Todas perfumadas, todas naturais...
RRS, 4 out. 2010









































domingo, 3 de outubro de 2010

CORES ILHADAS



Por que as cores às vezes são ilhas,
limitadas em suas alegrias e suas expressões?

Por que às vezes, estão enclausuradas,
num fundo escuro, cercadas?

As cores deveriam ser livres !
Todos os homens deveriam ser livres !

Muitas vezes, no entanto,
somos nós mesmos que a nós nos prendemos...

E ficamos ali, triangulados.
Em nossos quadrângulos!
Cerceados...

RRS, 3 out. 2010