Um mundo em transformação, ainda não transformado.
Agonia!
Perceber a extinção em massa, dia-a-dia.
De cada bicho, de cada planta: quem mais seria?
Tristeza!
Pela beleza efêmera, sem futuro: a planta frágil na fresta da estrada, aguardando a roda descompromissada.
Lamento!
De ver tudo de muito tempo, num só momento, num quase nada.
Esperança!
Que o homem volte a ser criança!
Que a mazela cultural demente queime gritando num caldeirão ardente.
Que sua lava impura, incandescente, desapareça num buraco interminável.
Para salvar nossa alma arrependida, que num reflexo lúcido da vida, gostaria de voltar ao seu passado.
Quem sabe, só ter sonhos de infância,
Num castelo, sem nada mal assombrado ?
Só alegrias, risos e choros bobos;
Num colo aconchegante, quentinho e confiável.
Com um coração puro, sempre leve e saudável...
(RRS, 2.set.2017).