sexta-feira, 3 de abril de 2015

A Sós

Colaborador Roberto Rocha

Quando nos sentimos sós; absolutamente sós no mundo,
É quando estamos em todos os lugares, com todos, e com ninguém.
Quando estamos sem ninguém, e em lugar algum,
A consciência se torna uma só.
O que vemos não existe!
O que ouvimos, não ouvimos! O que tocamos não tem pele!
O que provamos, não tem gosto!
E por que teria?
Nossa limitada percepção mal dá para as leituras superficiais do mundo.
Nossas palavras mal saem da nossa boca!
Mas quando você percebe o “todo”, tudo isso deixa de ser tão importante.
Não que seja dispensável: somos matéria!
Mas o que nos move não são carnes e ossos!
É apenas uma vontade consciente e pura.
 E nesse momento, tudo acontece.
É como se ouvíssemos uma voz a nos orientar.
A nos dizer como seguir, mesmo frente a todos os problemas e sofreres.
É um bálsamo perfumado e nobre.
Se me perguntar qual a sua origem, eu não saberei responder.
Porque não interessa explicar! Apenas sentir e agradecer.
Porque é um privilégio de poucos, embora vontade de muitos.
Alardeado mundo afora, desde tempos antigos, muitos viram luzes,
Mas elas não clarearam suas vidas.
Que luz é essa que não vem do sol?
Que se move no espaço cósmico?
Mas que pode alcançar a nós?
Que inteligência essa que não depende de cérebros?
Afinal, nós só podemos fazer comparações...
E em meio às dúvidas e às incertezas, restará você, sozinho.
Conectado com tudo e com todos; com ninguém e com o nada.
Porque o nada será tudo e ninguém serão todos.
Agradeça, chore, sinta:
Você foi abençoado...
(RRS, 03 abril, 2015)